Cinquenta dias depois de ti
por Mico, em 31.05.17
Cinquenta dias depois de ti, podia ser apenas mais um título de um livro, onde narrasse uma história que fizesse o leitor verter lágrimas, mas que no final, quando o livro fosse fechado, ficaria na ideia que o que acabara de ler, era só e apenas mais um livro.
Na verdade, já se passaram cinquenta dias depois que partiste e não tenho dúvidas, que foram os mais dolorosos em toda a minha vida. Tive muitos outros dias negros, em que as dores físicas quase me levaram ao desespero, mas nunca pensei que uma dor emocional, fosse bem pior. Na dor física, podemos encharcar de medicamentos, até que acaba por aliviar ou passar e nesta dor emocional, ao qual se juntam as saudades, o único remédio que temos, é o tempo. O tempo diz-se que cura tudo.
De forma alguma, continuo a massacrar-me ou a bater na mesma tecla. Por mais que ainda não aceite a realidade, são já cinquenta dias que vivi, como se fosse arrancado dentro de mim, uma parte muito importante. Nunca fui de opinião, que serias a minha metade, porque não existem metades de Ser, existem um todo, Seres inteiros ao qual, outros Seres podem acrescentar em nós ou fazer encontrar em nós, o que muitas vezes levamos uma vida à procura. Tu foste sem dúvida alguma, uma pessoa que me fez encontrar partes do meu verdadeiro Ser e foste a única que até hoje, aceitou. Dizia, que Tu eras a minha intuição em pessoa, ao qual o Universo, encarregou-te de transmitir. Se eu dificilmente ouvia a mim mesmo, em ti reconheci partes do melhor de mim. Talvez por isso, eu tenha sido sempre tão Eu para contigo, como nunca tinha sido em toda a minha vida.
De forma alguma, continuo a massacrar-me ou a bater na mesma tecla. Por mais que ainda não aceite a realidade, são já cinquenta dias que vivi, como se fosse arrancado dentro de mim, uma parte muito importante. Nunca fui de opinião, que serias a minha metade, porque não existem metades de Ser, existem um todo, Seres inteiros ao qual, outros Seres podem acrescentar em nós ou fazer encontrar em nós, o que muitas vezes levamos uma vida à procura. Tu foste sem dúvida alguma, uma pessoa que me fez encontrar partes do meu verdadeiro Ser e foste a única que até hoje, aceitou. Dizia, que Tu eras a minha intuição em pessoa, ao qual o Universo, encarregou-te de transmitir. Se eu dificilmente ouvia a mim mesmo, em ti reconheci partes do melhor de mim. Talvez por isso, eu tenha sido sempre tão Eu para contigo, como nunca tinha sido em toda a minha vida.
Nestes cinquentas dias que passaram, foram também os que mais tive optimas aprendizagens, que farão de mim no resto dos dias que me faltam, alguém diferente do que eu era. Servirão também, para que possa transmitir esses ensinamentos a outras pessoas, de forma a poder espalhar tudo aquilo que me ensinaste. Terei todo o orgulho em dizer que foi contigo que aprendi a viver de forma saudável e não digo isto, só porque não existes mais no plano físico. Sabes que sempre fui sincero e não precisava de inventar mecanismos para te convencer, até porque eras suficientemente inteligente. Não tenho dúvidas que darias uma excelente mestre, ao transmitir ensinamentos e lições que podemos ter na nossa vida. Assim está explicado o porquê da minha vontade, de elevar-te ao patamar de mestre, ao qual infelizmente, não houve oportunidade para isso.
Entretanto, sabes que emagreci 3kg? E sabes de quem é a culpa não sabes? Na verdade não deixei de comer, mas tal como também te deves lembrar o meu aumento de peso, agora também se passa o contrário. A culpa é claro que só pode ser tua, aliais, tu eras sempre a culpada de tudo o que acontecia na minha vida! Foste a culpada pela felicidade que senti, foste a culpada pelos melhores sorrisos que tive, culpada pela vontade que tinha de viver. Eras a culpada quando eu tinha frio, porque teimavas em não vir aquecer-me, como também eras a culpada por eu ter calor, por seres a mulher quente que eu dizia que eras. Quando não dormia ou dormia mal, a culpa também era tua, mesmo que não soubesse porquê, inventava um motivo só para te culpar. Eras culpada dos meus cabelos brancos, das minhas dores de cabeça e voltando atrás, foste a culpada do meu aumento súbito de peso, porque a cada dia eu amava-te mais e isso refletia-se na balança. Dizias-me que se assim fosse, então tu serias uma baleia, ao qual eu não quis acreditar na dica que me estavas a dar, mas por certo foi o início de um sonho de amor, que se tornou real. A perda de peso não significa que deixei de te amar, simplesmente acontece e só porque me apetece, a culpa é tua! Não te preocupes que nunca te julgo por tanta culpa, porque se assim fosse, a pena que eu mais pudesse decretar, seria poder voltar a sentir o teu abraço.
Tenho ainda em mim, hábitos enraizados que ainda não consegui deixar cair. Dou como exemplo, as vezes que vou à esplanada do café, dá-me vontade de telefonar-te, mesmo que não tivesse motivos, inventava sempre algum só para ouvir a tua voz. Tenho o hábito de quando leio algo interessante, a vontade de poder transmitir-te, porque sei que ias gostar de ler e se algo de bom ou menos bom acontece na minha vida, és tu a primeira pessoa a quem eu penso para poder contar. A primeira vez que fui a uma consulta depois de ti, dei por mim a escrever uma mensagem a dizer que estava tudo bem e só depois me lembrei, que não estavas cá para a ler. E de noite? Bem, é de noite que a tua presença se faz ausente, porque todo o mundo se recolhe e eu fico sozinho. Eram as noites em que preenchias a minha solidão, nas nossas conversas intermináveis. Nunca mais me esqueço, daquela noite em que eu estava a dar-te energia e tu pediste-me desculpa caso viesses adormecer, por estares a sentir-te tão bem, isso seria o mais provável de acontecer – aconteceu! Adormeceste e eu fiquei mais de 1h a ouvir a tua respiração calma e tranquila, com alguns suspiros pelo meio, em resultado do teu sono tranquilo e livre de sofrimento que estavas a ter naquele momento. Tivesse eu outra vez a oportunidade de poder assistir a um momento como esse. Recordações que ficam na história de nós.
Muito mais teria eu para te dizer, mas prefiro deixar para uma outra vez. Até porque as obrigações no trabalho chamam-me e eu tenho de as cumprir. Tal como tenho de cumprir as obrigações que a vida me coloca e por mais que eu não queira, tenho de as enfrentar. Se pudesse e pegando naquela frase que tanto dizíamos, que o melhor das nossas vidas estava para vir – o melhor seria mesmo ir até ao teu encontro e me deleitar por entre os teus braços e dizer que foste a minha melhor culpada, em que resultou, na minha melhor escolha e por toda a eternidade estou grato!
Ah, é verdade, tenho outra coisa para te dizer: Amo-te sabias? Na verdade hoje ainda não te tinha dito isso, mas termino agora, a dizer-te que te amo muito, apenas por hoje. Amanhã, também vou amar-te, mas enquanto o amanhã não chegar, amo-te hoje porque é o que realmente importa. Obrigado amor, se o meu coração encheu-se de amor, a culpa é toda tua!
http://mico.blogs.sapo.pt/cinquenta-dias-depois-de-ti-2864