Era uma vez, há 2011 anos atrás, três Réis resolveram seguir uma estrela refulgente, montados em três majestosos camelos.
Chegados a Belém, pararam junto a um estábulo e espreitando lá para dentro, Belchior, Gaspar e Baltasar viram o menino (Jesus), com Maria sua mãe.
Prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra.
Belchior (o branco) terá oferecido ouro, Gaspar (o amarelo) terá oferecido incenso e Baltazar (o negro) terá oferecido mirra.
Sendo por divina advertência prevenidos em sonho a não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outros caminhos às suas terras.
Muito embora nada mais se refira sobre este assunto nas Escrituras, a história não acabou aqui.
Diz-se por aí, à boca fechada, que Gaspar se terá enganado no caminho e 2011 anos passados, chegou a um país à beira-mar plantado.
Praticamente sem vintém, Gaspar tenta agora reaver a fortuna do passado.
Das toneladas de ouro de que terá ouvido falar, apenas resta uma pequena parte.
Incenso nem vê-lo, terá sido queimado a quando dos festejos da Liberdade.
Resta-lhe mirra, MUITA MIRRA.
Mirra a saúde, mirra a educação, mirram os empregos, mirram os ordenados, mirram as pensões de reforma, mirra a justiça, mirra a segurança de pessoas e bens, mirram os direitos e a liberdade.
Em suma, mirra este povo que heroicamente para uns, pateticamente para outros, tem o FADO por destino.
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