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quarta-feira, fevereiro 20, 2019

Máquina do Tempo

A declaração de Independência celebrada com vinho da Madeira

Era um dos vinhos preferidos dos "pais fundadores" e foi escolhido para o brinde, logo após a assinatura do documento redigido Thomas Jefferson

“O vinho da Madeira (ou Vinho Madeira) está ligado à história dos Estados Unidos praticamente desde o início. De acordo com os registos, já no século XVII, bem antes da proclamação da independência, era uma bebida muito apreciada pelos colonos ingleses. Isso mesmo pode ser visto no facto de estar associado a momentos especiais, como o nascimento de uma criança, um casamento ou um funeral, sendo mesmo conhecido como «o vinho de casamento». Desde a década de quarenta desse século que a América do Norte se constituiu um destino importante do vinho madeirense, com destaque para os mercados de Nova Inglaterra, New Haven, Boston e Nova Iorque.
Mas ele afirmou-se definitivamente nos EUA a partir da segunda metade do século XVIII, ficando ligado a alguns dos acontecimentos mais importantes da Revolução Americana. Era um dos vinhos preferidos dos «pais fundadores», tendo sido escolhido para o brinde de celebração da proclamação da independência dos Estados Unidos, logo após a assinatura do célebre documento redigido Thomas Jefferson. De resto, Jefferson era também um grande apreciador de vinho da Madeira. A sua cave em Monticello estava sempre abastecida deste produto e mesmo quando se encontrava em Paris ele pedia que fosse enviada da América uma pipa deste vinho.
O vinho da Madeira esteve igualmente associado aos movimentos pró-independência. Ainda antes do Tea Party, ocorrido em 1773, John Hancock, que ficou conhecido por ter sido o primeiro a assinar a Declaração de Independência dos Estados Unidos, rebelou-se contra os impostos da metrópole inglesa, recusando pagar em 1768 os direitos de importação de cento e vinte e sete pipas de vinho da Madeira que carregava no seu navio Liberty em direcção ao porto de Boston.
A testar a popularidade do vinho produzido no arquipélago madeirense, ele aparece muitas vezes referido na literatura norte-americana, como por exemplo nas obras de Edgar Allan Poe, Richard Penn Smith, James Fenimore Cooper e do luso-descendente John dos Passos.”
Excerto retirado do livro “História das Relações Portugal-EUA (1776-2015)” de Tiago Moreira de Sá

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