DOIS PEDAÇOS
Dois pedaços de alma
Eu sábia divido
Um com todos
Generosa espalho.
O outro pedaço
Oculto, quieto
Eu cato
E guardo.
O pedaço razão
Eu gasto nos dias
Sem riscos
Para viver.
O outro pedaço
Loucura e paixão
Só meu e p'rá mim
Eu ouso sentir.
Um pedaço reto procede
E se despedaça
Moído de tédio
Na rotina comum.
O outro pedaço
Transborda à noite
Gueixa ou santa
Madona ou cigana.
Um pedaço normal
Com rigor, desalento
Se bem comporta
Não transgride.
O outro pedaço
Vive nas nuvens
Traga uísque e nicotina
Sobe cordilheiras e cai de cara no chão.
Tela de Guillaume Seignac - (1870/1924).
Pintor Francês
Terê Oliva
tereoliva.com.br
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