O homem que não dormia
Todas as noites, quando os filhos e a mulher adormeciam, ele beijava-os, dava um jeito nos lençóis, punha calmamente o chapéu na cabeça e saía em ponta de pés.
Todas as noites, quer chovesse quer houvesse estrelas no céu, repetia-se aquela mesma cena.
Só voltava ao romper da alvorada, quando os filhos e a mulher ainda dormiam. À luz dos primeiros raios do sol que entravam pela janela, ele vinha em ponta de pés, beijava a família e dava um jeito nos lençóis.
Não passava uma noite em casa.
Mas nem a mulher nem os filhos se queixavam. Não tinham uma palavra de censura para aquele esposo e pai que passava as noites na rua. Ele, por seu lado, também não se desculpava de sair todas as noites...
Porque era ele o guarda-noturno da zona.
Herbert Moses
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